quinta-feira, 11 de junho de 2009

Cap'2 - E vamos ao mundo VIP! (pt.2)

"Fomos andando pra perto da piscina onde tinha uma varanda enorme com muitas mesas, cadeiras, tudo de ouro. Não, não era de ouro, mas poderia ser porque era VIP o lugar. E as pessoas eram muito VIPs também, alguma dúvida? Alan Jones estava comigo na festa. E ele ainda não sabia que eu sabia que ele era o Alan Jones. Resolvi conversar discretamente sobre, porque em algum momento eu ia dar o ataque e ele ia embora na hora.
- E então, já que você é o Alan VIPzinho, o que te torna VIPzinho aqui essa noite?
- Bem, eu tenho uma banda. Toco com meus amigos.
- E eu conheço essa banda? - Acho que isso soou "alô, você acha que eu não sei quem você é?”
- Talvez sim, talvez não, mas isso não importa agora não é? - importava sim porque eu ia soltar que eu o conhecia alguma hora com certeza!
- Então tá Alan VIPzinho, fica assim, no mistério.
-E você? Sua amiga é?
- Modelo. Geri Phillips.
- Ah sim, claro! Conheço muito ela! - ele disse convicto. Como Geri Phillips é amiga de Alan Jones e nunca me disse? Talvez porque se ela fosse me dizer todos os caras lindos, fortes, de olhos azuis que ela conhecia não ia poder conversar sobre mais nada. Não sobraria tempo.
- Sério? Conhece ela?
- Não - ele riu alto e pediu ao garçom Cuba Libre. Ah, ele não conhecia Geri. Menos mal! Geri não escute meus pensamentos por favor!
- Você aceita alguma coisa, linda? - LINDA? Eu acho que vou aceitar um Alan Jones com cereja por favor!
- Ala.. Oh, Martini com cereja por favor.
- Você ia dizer Ala.. ? - ele chegou mais perto com cara de dúvida. O que eu ia fazer hein? Dizer "eu ia pedir você com uma cereja na boca"?
- Ala..? Ah, é. Ala.. Alameda! Isso! É o nome de uma bebida muito boa, mas que eles não têm aqui. - pareceu aquelas desculpas de seriados que incrivelmente as pessoas acreditam. E ele não acreditou é claro.
- Sei.. Mas então Rebecca, o que você faz da vida?
- Eu sou jornalista, mas atualmente o que eu faço é ver The O.C., Friends, e uns programas muito educativos nas madrugadas porque eu estou desempregada. Que feio! - que horrível! Você acha que Alan Jones ia querer ver a Victoria's Secret que combinava com o vestido de uma desempregada? Nunca! Olha os pensamentos de depois da oito horas caindo sobre mim!
- Que feio! - ele fez cara de bravo, igual uma criancinha - Jornalista sem emprego em Londres? Você gosta de escrever sobre o quê?
Futebol! Eu ia falar de cara, mas ele ia me achar muito bruta, moleque. Animais! "O mundo é cheio de insetos e eu tenho medo de 90% deles". Não. Fofocas! Ele ia sair correndo. Já sei, gosto de escrever sobre os seres humanos no planeta e...
- Futebol! - melhor eu não arriscar, vai que ele sabe alguma coisa de ciências.
- Que legal! Isso é o máximo! Você torce pra qual time? - ele se empolgou com a conversa, eu imaginei como seria se o papo fosse a origem da vida. Ew!
- Eu torço pelo Arsenal e você? Gosta de futebol?
- Mas é claro! Eu sou Manchester! E não acredito que você torce pro Arsenal, eles são péssimos, dude! - ele parou de falar e de rir também. - Não acredito que estou discutindo futebol com uma garota linda como você!
Pronto eu sabia, alguma coisa me dizia "Rebecca, não fala Futebol! Ele vai querer jogar bola com você no domingo e não dormir na sua cama hoje!". Rebecca pervertida, cale-se!
- Algum problema? - eu disse indignada, porque mulheres também entendem de futebol e devem sim discutir sobre o assunto e...
- Absolutamente fantástico! Se minha namorada gostasse de futebol eu nem ligaria se ela torcesse pelo Arsenal! - soletrando: N-A-M-O-R-A-D-A. Good bye Alan Jones, good bye Victoria's Secret combinando com o vestido (não good bye no sentido 'tchau, eu te perdi', mas no sentido 'tchau, ele te perdeu').
- Sua namorada não gosta de futebol? Que loser! - queria parecer que eu não estava ali pra beijar logo ele, mas acabou que eu falei mal a namorada, e ainda devo ter feito uma cara não muito boa, definitivamente.
- Não... - ele foi interrompido pelo garçom que trazia as bebidas. Eu estava rosa, prestes a ficar vermelha pelo que eu disse sobre a namorada dele. - Eu não tenho namorada. Solteiro na praça.
Hmmm, piadinha sem graça. Precisa de aulas como eu. Seth Cohen deveria abrir uma turma sabe, quem sabe uma escola? Peraí? Solteiro na praça? Foi sem graça mas foi muito interessante.
- Hmmm... - Olha só mais uma cantada prestes a se formar. Mas vou arranjar uma desculpa pra não continuar. - Solteiro na praça? Alguém pode chamar Seth Cohen?
Ele gargalhou tão alto que as pessoas que estavam em volta olharam pra ele com ar de reprovação.
- Ahh, pensei que ia ser uma cantada, tava até feliz! - OH MY GOD! (bem no estilo Janice) Liberou geral galera, Alan Jones é meu! O quê?
- Ia ser uma, mas achei melhor falar sobre o Seth.
- Está dizendo que eu sou pior do que o Seth? - ele chegou mais perto, e mais perto e mais perto, mas não estava tão perto. É que ele estava meio longe antes.
- E você é melhor?
- Você já o provou? - ele riu da piadinha besta que tinha feito.
- Não, e nem provei você! Não vou poder fazer a comparação. - Wow! Isso foi, vamos dizer, pseudo-Cohen.
- Não provou, AINDA! - precisa dizer o que aconteceu depois disso? Precisa, porque não foi isso que vocês estão pensando. Poderia ser: "Ele me puxou pela cintura e me beijou enquanto tocava Someday We'll Know na pista. As luzes coloridas iluminavam aquele momento lindo." Mas foi: um cara quase tão bonito quanto ele o puxou pelo braço e alertou quanto à multidão que se aglomerava na porta do hotel. As luzes vermelhas e azuis piscavam quase botando a gente cega! Fomos até a porta e com muito custo ouvimos o policial anunciar.
-Fim de festa pessoal, o dono desse luxuoso hotel é um membro da máfia que comanda o tráfico internacional de órgãos e está roubando os seus fígados. Obrigado, tenham uma boa noite!
Flashes de todas as câmeras de todos os jornais de todos os países do mundo estavam piscando sem parar. A festa realmente havia acabado, todo mundo tava indo embora e o meu Alan Jones.. Ué? Cadê meu Alan Jones? Se foi com a multidão. É claro que ele não ia gostar nem um pouco de sair nas manchetes como um convidado da festa da máfia. Por mim, tava tudo bem aparecer ou não no jornal. Pelo menos ia ser notícia por um dia. No caderno policial. Ia ser emocionante...
Antes de começar a pensar futilidades como sempre, procurei alguma cara conhecida, mas não tinha nem sinal de Richard, nem Geri, nem James, nem Alan VIPzinho. Ninguém. Resolvi me sentar num banco perto de uma janela que dava para a rua e esperar alguém passar por ali, ou lembrar de mim e vir me resgatar. Quando olhei pela janela lá estava ele. O meu Jones, entrando no carro e dando a imensa sorte de alguém gritar "Kate Moss" e apontar para um outro carro longe do dele. Estava livre dos papparazzi. Foi embora, e levou junto minha vida. Não, minha vida não, mas minha chance de alguém (além da Geri e do Richard) ver que meu vestido combinava com minha lingerie. No meio daquela confusão, ninguém aparecia. Resolvi ligar pra alguém. Geri atendeu e quase estourando os tímpanos das pessoas que estavam em minha volta, ela gritou:
- Becca, cadê você??? Heim?? Você tá bem?? Tá com quem?? Onde?? Cadê?? Fala alguma coisa Rebecca!!!
- Cala a boca pra eu falar, né?
- Ah que bom você tá bem!! Onde você tá? - E me levantando do banco eu vi Geri, James e Richard a uns três metros de mim. Desconfiei porque podia ouvi-la sem o telefone que desliguei pra ir ao encontro deles. É claro que ela ficou desesperada quando eu desliguei e nem viu que eu estava exatamente atrás dela.
- Gente cadê ela? A ligação caiu! Será que ela foi presa? Será que a confundiram com alguém? Hein gente me ajuda!!
-Oi lesada, tô aqui. - ela se virou e me deu um abraço como se eu fosse uma sobrevivente do Titanic." [continua...]

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